DENGUE & CIA
Aedes Aegypti
sexta-feira, 22 de julho de 2016
quarta-feira, 17 de junho de 2015
EPIDEMIA DE DENGUE!?
Presidente Prudente chega a 1.844 casos de dengue confirmados
Vigilância confirmou mais 377 registros nesta quarta-feira (17).
Outros 243 exames aguardam resultado do Instituto Adolpho Lutz.
Do G1 Presidente Prudente
A Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) confirmou nesta quarta-feira (17) mais 377 casos positivos de dengue em Presidente Prudente. Com os novos registros, o município contabiliza 1.844 catalogações autóctones da doença e outros 243 exames aguardam resultados no Instituto Adolpho Lutz (IAL).
Segundo a coordenadora da VEM, Vânia Maria Alves Silva, os novos casos referem-se ao mês de maio, considerado ainda período crítico para dengue. Além disso, existem ainda 3.426 notificações, o que faz com a Vigilância tenha um intenso trabalho de Bloqueio de Controle de Criadouros (BBC).
Quando há a notificação, a ação é realizada no bairro do paciente possivelmente acometido com a doença. “Houve uma pequena diminuição no número de notificações. Com a queda da temperatura, esperamos que os números também comecem a cair”.
Quanto às pessoas que apresentem os primeiros sintomas da doença, a orientação é que procure o serviço de saúde imediatamente para colher a sorologia e ser feita a notificação.
‘Essas pessoas devem tomar certos cuidados, procurem a assistência médica, evitem áreas expostas, usem roupas que deixem menos áreas expostas para que os mosquitos não piquem os doentes e piquem outras pessoas”.
Vânia acrescenta que muitas vezes os pacientes têm uma melhora dos sintomas e não retornam no sexto dia para colher a sorologia, que é fator importante para dar início à nebulização nos bairros.
‘Essas pessoas devem tomar certos cuidados, procurem a assistência médica, evitem áreas expostas, usem roupas que deixem menos áreas expostas para que os mosquitos não piquem os doentes e piquem outras pessoas”.
Vânia acrescenta que muitas vezes os pacientes têm uma melhora dos sintomas e não retornam no sexto dia para colher a sorologia, que é fator importante para dar início à nebulização nos bairros.
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terça-feira, 16 de junho de 2015
A Dengue no Brasil
O mosquito Aedes aegypti faz parte da história e vem se espalhando pelo mundo desde o período das colonizações
O mosquito transmissor da dengue é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16, período das Grandes Navegações. Admite-se que o vetor foi introduzido no Novo Mundo, no período colonial, por meio de navios que traficavam escravos. Ele foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. O nome definitivo – Aedes aegypti – foi estabelecido em 1818, após a descrição do gênero Aedes. Relatos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostram que a primeira epidemia de dengue no continente americano ocorreu no Peru, no início do século 19, com surtos no Caribe, Estados Unidos, Colômbia e Venezuela.
No Brasil, os primeiros relatos de dengue datam do final do século XIX, em Curitiba (PR), e do início do século XX, em Niterói (RJ).
No início do século XX, o mosquito já era um problema, mas não por conta da dengue -- na época, a principal preocupação era a transmissão da febre amarela. Em 1955, o Brasil erradicou o Aedes aegypti como resultado de medidas para controle da febre amarela. No final da década de 1960, o relaxamento das medidas adotadas levou à reintrodução do vetor em território nacional. Hoje, o mosquito é encontrado em todos os Estados brasileiros.
No início do século XX, o mosquito já era um problema, mas não por conta da dengue -- na época, a principal preocupação era a transmissão da febre amarela. Em 1955, o Brasil erradicou o Aedes aegypti como resultado de medidas para controle da febre amarela. No final da década de 1960, o relaxamento das medidas adotadas levou à reintrodução do vetor em território nacional. Hoje, o mosquito é encontrado em todos os Estados brasileiros.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a primeira ocorrência do vírus no país, documentada clínica e laboratorialmente, aconteceu em 1981-1982, em Boa Vista (RR), causada pelos vírus DENV-1 e DENV-4. Anos depois, em 1986, houve epidemias no Rio de Janeiro e em algumas capitais do Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada.
Pesquisa de 1908 já descrevia características do A. aegypti
O verão de 1908 deixou a população carioca em alerta pelo risco da febre amarela. Foi nesse contexto que Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então Instituto Soroterápico Federal, que ganharia o nome de Instituto Oswaldo Cruz (IOC) naquele mesmo ano, fez descobertas sobre o ciclo de vida, os hábitos e a biologia do A. aegypti. Seus estudos foram fundamentais para a erradicação do mosquito em território nacional nas décadas seguintes e ainda hoje norteiam as pesquisas sobre o controle do vetor.
O verão de 1908 deixou a população carioca em alerta pelo risco da febre amarela. Foi nesse contexto que Antonio Gonçalves Peryassú, pesquisador do então Instituto Soroterápico Federal, que ganharia o nome de Instituto Oswaldo Cruz (IOC) naquele mesmo ano, fez descobertas sobre o ciclo de vida, os hábitos e a biologia do A. aegypti. Seus estudos foram fundamentais para a erradicação do mosquito em território nacional nas décadas seguintes e ainda hoje norteiam as pesquisas sobre o controle do vetor.
Numa monografia com mais de 400 páginas, intitulada Os Culicídeos do Brasil, o entomologista descreveu os hábitos do A. aegypti e de uma série de outros mosquitos da mesma família, apresentando aspectos nunca antes observados de sua biologia. Durante dois anos, Peryassú realizou uma série de experimentos com o A. aegypti. Seu estudo trouxe preciosas informações sobre aspectos como a resistência à dessecação do ovo do mosquito, que pode ficar até um ano sem contato com a água. Também fez observações quanto à produtividade dos criadouros, questão ainda debatida na atualidade, afirmando que, em geral, grandes reservatórios de água são os focos mais produtivos do vetor.
Reprodução de imagem do livro
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Diversas características do Aedes aegypti observadas pelo pesquisador Antonio Peryassú (no centro, de paletó, durante trabalho de campo) continuam sendo estudadas até hoje |
Entre suas mais interessantes descobertas estão, também, a relação do mosquito com a temperatura e a densidade populacional. Ao realizar o primeiro levantamento detalhado da infestação do mosquito no Rio de Janeiro, o pesquisador associou a maior presença do A. aegypti ao aumento da densidade populacional de certas áreas da cidade e também mostrou a similaridade entre o mapa da concentração da população do inseto com o da ocorrência de casos de febre amarela. Suas observações mostraram, ainda, que a queda da temperatura ambiente para menos de 20oC interfere no desenvolvimento e na reprodução do mosquito, que se reduzem drasticamente, levando a uma redução dos casos.
As descobertas de Peryassú deram ainda mais força à campanha movida pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz para eliminação do mosquito, que foi controlado na década de 1920 no Rio de Janeiro e considerado erradicado do Brasil pouco mais de trinta anos depois. A maioria dos pontos levantados em suas pesquisas continua na agenda científica dos especialistas que hoje buscam desenvolver estratégias de controle do mosquito transmissor da dengue.
*Todos os conteúdos foram revisados por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
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